Alguns até indagavam: para que tanta maquiagem?
A resposta, não muito evidente, estava vinculada a um
medo vital e preciso. É que a face humana se parece inundada de maquiagem. Por todos os cantos. Como se fossem máscaras, usadas religiosamente, em seu cotidiano.
Não me é necessário muita fantasia.
Em meio à turbulência de preocupações umbilicais que cada
um possui, não há tempo para se notar o evidente do
outro.
A forte maquiagem e o nariz vermelho bem intenso já bastam para eu me enganar e ainda conseguir gerar risadas alheias.
Mas, aconteceu que naquele dia, a alegria dos outros me
espantou.Alguma coisa morreu em mim.
Não adiantavam pinturas faciais e nem tão pouco algum
tipo de máscara.
Era, de fato, um triste palhaço. Um
palhaço mendigando os sorrisos diabólicos de outrem.
(Thobila Gabriela de Lima Costa)
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