Não sei bem quem foi a primeira pessoa a dizer isso, deve ter sido W. Shakespeare ou talvez Bono, mas no momento é a frase que explica melhor o meu defeito trágico: minha incapacidade de mudar.
E eu acho que não sou o único. Quanto mais eu conheço os outros mais eu percebo que a maioria têm esse defeito.
Ficar exatamente na mesma o máximo possível, ficar tudo estagnado. É bastante cômodo, e, se você sofre pelo menos a dor é familiar.
Porque se você criasse coragem, saísse da concha e fizesse algo inesperado, quem sabe que outra dor poderia estar esperando? A probabilidade é que seria pior.
Então você deixa como está, escolhe o caminho conhecido e ele não parece tão ruim.
Não é um defeito tão grave, não é um viciado em drogas, não está matando ninguém, exceto a si próprio, um pouco... Apenas um pouco!
Quando nós finalmente mudamos, eu acho que não acontece como um terremoto ou uma explosão, onde, de repente, nós somos uma pessoa diferente.
Eu acho que é um pouco mais sutil, o tipo de coisa que a maioria das pessoas nem notaria, ao menos que estivessem muito atentas, e, ainda bem, elas nunca estão.
Mas você repara dentro de você aquela mudança parece ser enorme, e espera que seja que essa seja a pessoa definitiva, que você nunca mais precisa mudar.
(Vel Bastos)
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